O Ministério da Educação e Ciência confirmou, nesta terça-feira, o
atraso no pagamento de algumas bolsas de estudo de estudantes
universitários referentes ao mês de julho,
embora assegurando que é um número pequeno e será pago ainda nesta
semana.
A
grande maioria dos bolseiros recebeu a 26
de julho, mas a alguns ainda não foi processado o pagamento, disse à
Lusa fonte
do gabinete do ministro Nuno Crato.
O atraso «tem a ver com os fundos de onde provêm as verbas» e não são devido
a qualquer decisão, nem a falta de verba, acrescentou.
Este
ano foi a única vez que se registou atraso no pagamento
de bolsas a estudantes universitários e
coincidiu com o último dos dez meses em que é paga a prestação,
reconheceu a mesma
fonte.
Números divulgados pelo
Governo anteriormente indicam que este ano o número de bolseiros é de
cerca de 56
mil, valor que revela uma descida em
relação aos últimos anos para números semelhantes aos registados em
2000.
Estudantes
consideram «inconcebível» que subsídios não recebidos entrem nos cálculos das bolsas
As
associações académicas
e de estudantes criticaram o adiamento de
uma tomada de posição do Conselho de Reitores das Universidades
Portuguesas relativamente
aos problemas nas bolsas, considerando
inconcebível que subsídios de Natal e férias não recebidos entrem nos
cálculos.
As
associações académicas e de estudantes
(AAEE) estiveram reunidas, dia 31 de julho, com o Conselho de Reitores
das Universidades
Portuguesas (CRUP) para discutir o estado
da ação social direta no ensino superior português.
Nesta
terça-feira,
em comunicado enviado às redações, é
anunciado que os dirigentes estudantis presentes reafirmaram «a oposição
aos principais
problemas constantes da regulamentação
referente às bolsas de estudo do ensino superior que vêm induzindo
enormes injustiças
sociais e que estão feridas de
legalidade».
«Tendo em conta a recente medida de supressão dos
subsídios de férias
e de Natal, agora considerada
inconstitucional mas sem efeitos retroativas, registaram as AAEE que
considerar para efeitos
de elegibilidade e de cálculo da referida
bolsa de estudo estes mesmos rendimentos não arrecadados pelas famílias é
uma medida
inconcebível», criticam.
As
associações académicas e de estudantes condenam ainda o facto de o atual
regulamento
consagrar a penalização do estudante por
culpa de terceiros, o que não permite, na maioria dos casos, «o acesso
e/ou manutenção
desses estudantes no ensino superior».
Os
dirigentes estudantis «repudiam veementemente» o adiar, até meados de
setembro,
de uma posição pública por parte do CRUP
relativamente aos problemas relativos à ação social direta.
Presentes
nesta
reunião estiveram a Federação Académica do
Porto, a Associação Académica de Coimbra, a Associação dos Estudantes
do Instituto
Superior Técnico, a Associação Académica
da Universidade de Évora, a Associação Académica da Beira Interior, a
Associação
Académica da Universidade de Aveiro e a
Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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