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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Educação no Brasil

Acompanhamos discretamente a greve dos professores universitários por quase três meses. As negociações e a posição inflexível das autoridades federais mostraram-me que este governo, como os outros passados, não tem a educação como prioridade para o desenvolvimento do país. Governo algum até hoje, no Brasil, teve real intenção de melhorar a educação. Esta é uma área na qual não é possível ter sucesso por meio de programas de computador.
Educação de qualidade só se fez, se faz e se fará no mundo, com professores bem preparados e bem remunerados. Não adianta pagar, com recursos públicos, bolsas de estudos em faculdades particulares (PROUNI) para dar a estudantes pobres boa educação. Educar não é só conferir diplomas.
É algo mais. No ano passado, conversamos com uma professora de Português, pessimamente remunerada, que contou que estava na luta, dando aulas de 5ª série do ensino fundamental para estudantes do 3º ano colegial que pretendiam disputar uma vaga na universidade. Eles, segundo a professora, não conseguiam escrever um texto de 20 linhas nem sabiam ler e interpretar uma notícia de jornal.
Ler um texto com figuras de linguagem nem pensar. Essa professora, bem preparada e experiente, ganha hoje menos do que ganha um servente de obras semialfabetizado. Um país que despreza professores e os deixa a ganhar um salário vil, que futuro pode esperar? Que tipo de homens e mulheres está a preparar para assumir responsabilidades no futuro? Algum político está preocupado com isto?
TRADIÇÃO
No passado, o coronel político Chico Heráclito, de Limoeiro (PE), inspirador de alguns políticos atuais, dizia aos súditos: “Pobre só precisa aprender assinar o nome para votar em quem a gente indicar. Pobre precisa é de aulas de catecismo para aprender a ter medo de Deus e ser humilde para não ser queimado no fogo do Inferno quando morrer”.
ABSOLUTISMO
Chico Heráclito era o Senhor de Limoeiro, onde casava e batizava sem ser padre. Foi imortalizado pelo comediante Chico Anísio como “Coronel Limoeiro”. Não obedecia às leis. Dizia: “Meu filho, lei é como cerca: se for esticada, a gente passa por baixo; se for bamba a gente passa por cima. Seja como for a lei, por ela a gente passa aqui em Limoeiro”.
EDUCADOR
O político e escritor Mário Palmério, de Uberaba, no romance “Vila dos Confins”, ironizou a falta de atenção do Governo com a educação ao falar por um personagem – candidato em campanha para se eleger deputado federal, que disse: “Eleitor que sabe ler e fica consciente. Este é a praga pior que existe”. Mário Palmério foi político e educador.

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